quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ESPINHEIRA-SANTA


A combinação dos espinhos que despontam nas bordas das folhas com os benefícios que estas oferecem à saúde inspirou o nome da planta. Conhecida por espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Reiss), a espécie perene e de porte arbóreo-arbustivo tem uso anti-inflamatório e no combate a problemas estomacais. Seu cultivo é considerado ótimo para fins econômicos e adequado para ser usado em sistemas agroflorestais, além de compor o paisagismo de diferentes ambientes.
De plantio simples, está entre as culturas medicinais mais produzidas, segundo pesquisa realizada por especialistas da Agência Paulista de Tecnologia para o Agronegócio, do polo regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral e da UNESP. Nativa do Brasil, a espinheira-santa tem origem incerta, embora o estado do Paraná seja apontado como o local onde provavelmente surgiram os primeiros exemplares.
Também chamada de espinho-de-deus, salva-vidas, sombra-de-touro, erva-cancerosa e espinheira-divina, a planta possui flores de coloração amarelo-esverdeada e frutos pequenos e vermelhos. Ao contrário do que ocorreu até o fim da década de 90, período em que predominava o extrativismo da planta, o cultivo da espinheira passou a avançar nos últimos dez anos. Atualmente é encontrada na região que vai de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Pertence à família Celastraceae, a árvore ramificada desde a base pode atingir cinco metros de altura a partir da propagação por sementes, principalmente em área de clima tropical, com temperaturas que variam de 20ºC a 30ºC. Chás feitos de suas folhas, preparados pelo processo de infusão, são indicados pela medicina popular para tratamento de úlceras gástricas e duodenais, entre outros problemas do aparelho digestivo, como gastrite, indigestão, azia e refluxo. Em problemas de pele, a planta tem efeito cicatrizante. Todas essas propriedades vêm sendo estudadas por pesquisadores em universidades do país, com comprovação científica para o combate de gastrite e úlcera gástrica já registrada na literatura.
A propagação é realizada por meio de sementes. Elas podem ser coletadas diretamente das áreas de plantio quando começar a queda espontânea das árvores, principalmente de dezembro a fevereiro. Uma alternativa mais prática é comprar mudas prontas em floras.
A espinheira-santa prefere solo argiloso, que deve ser drenado e ter bastante matéria orgânica. Prepare um “berço” com adubação de plantio para receber as mudas entre a primavera e o verão, época das chuvas. O espaçamento indicado é de 1 metro na linha e 2,5 metros entre linhas.
Na sementeira, use terra de mata e, no plantio, 5 quilos de composto orgânico por cova. A opção é colocar 2,5 quilos de esterco de aves acrescido de 300 a 500 gramas de fosfato natural. Em todo início de primavera até o oitavo ano, faça adubação em cobertura de 3 quilos de composto orgânico.
O crescimento da planta é lento e chega a levar de quatro a seis anos, após o transplante da muda, para atingir a primeira colheita, que deve ser feita no início da primavera e quando a planta atinge a partir de 50 centímetros. No ano seguinte, colha logo acima das ramificações formadas pela poda anterior. Como a planta necessita de dois anos para recuperar a quantidade de folhas de sua copa, o produtor pode podar, no primeiro ano, metade da copa e, no outro ano, a outra metade, obtendo colheitas anuais.
Após a colheita, descartam-se as folhas manchadas ou danificadas. Em seguida, o material passa por secador a 40º C, separando os galhos das folhas, que são acondicionadas em sacos de polietileno rotulados com nome da planta, data da colheita, início e fim da secagem. As folhas devem ser armazenadas pelo menor tempo possível.
SOLO: os argilosos, porém, bem drenados e com alto teor de matéria orgânica



CLIMA: desenvolve-se melhor na faixa de 20 a 30º C
ÁREA MÍNIMA: de 1.000 a 2.000 metros quadrados para cultivo comercial
COLHEITA: de quatro a seis anos após o transplante da muda


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